O trabalho de pesquisa sobre a “Batalha do Giareta”, que foi premiado pelo Curso de Medicina da URI na segunda-feira à noite, 12, na abertura da 5ª Jornada Acadêmica, despertou curiosidade entre muitas pessoas. A pesquisa foi desenvolvida pela acadêmica do 5º ano, Giovanna Sanagiotto Ross, com a orientação da professora Márcia dos Santos Caron, e conquistou o Prêmio Bastão de Asclépio.

O trabalho, que tem como título “Batalha do Giareta: breve revisão do embate armado e o atendimento médico aos combatentes feridos”, originou-se de uma pesquisa desenvolvida junto ao Grupo de Pesquisa - Patrimônio Histórico Material e Imaterial da Saúde, do Curso de Medicina.

Mas, afinal, o que foi esse combate histórico, ocorrido em 1923? O Combate do Desvio Giareta, foi um dos conflitos armados ocorridos na região e comumente é analisado e escrito a partir de um viés sócio-político. A pesquisa buscou compreendê-lo pela perspectiva do atendimento de saúde prestado aos combatentes.

O primeiro atendimento, que se entende hoje como Atendimento Pré-Hospitalar (APH) e se resume ao atendimento prestado em situações de urgência e emergência clínica ou traumática, no local e durante o transporte até uma instituição de suporte, foi realizado pelos médicos presentes no local do conflito, Roberto Sá Aguillar e Mozart Mello, e baseou-se em curativos nos ferimentos por arma de fogo, conforme é descrito na fonte primária consultada - uma caderneta escrita pelo médico Roberto Sá Aguillar.

Os projéteis são capazes de causar feridas por mecanismo híbrido, perfuração e contusão. Desse modo, o primeiro atendimento realizado para esses tipos de ferimentos em membros superiores e inferiores que poupam articulações, resume-se ao cuidado com hemorragias por meio do curativo acompanhado de compressão direta. Se ineficaz é, então, utilizado torniquete. Dessa forma, a pesquisa ressalta que, de maneira mais rudimentar, os primeiros cuidados com as lesões são semelhantes com os protocolos da atualidade.