Os Cursos de Educação Física Bacharelado e Licenciatura da URI realizaram, entre os dias 18 e 23 de outubro, a II Semana Acadêmica. As conferências, que aconteceram nos três primeiros dias, foram realizadas online e de forma integrada com os Câmpus de Santo Ângelo, Santiago e São Luiz Gonzaga, assim como ocorreu em 2020, por causa da pandemia. Os dois últimos dias foram reservados para a realização de oficinas sob a responsabilidade de cada unidade.

Na primeira noite foi promovida uma mesa-redonda com quatro profissionais renomados, que falaram sobre “Saúde no pós-Covid-19: uma visão multiprofissional”. Os convidados foram os pós-doutores em Educação Física, Ricardo Aurino de Pinho e Gilson Pires Dorneles; a pós-doutora em Fisioterapia, Renata Tiscoski Nesi; e o mestre em Medicina, Leandro Antônio Gritti, que compartilharam seus conhecimentos científicos e clínicos sobre esse tema de relevância e que ainda atinge o mundo todo.

Ao frisar que “o músculo é órgão vital”, Renata Nesi deixou

claro a importância da reabilitação neuromuscular enaltecendo que “o

quadríceps é nosso terceiro pulmão”. Leandro Gritti corroborou com ela afirmando que “o quadríceps é o órgão de nossa autonomia”, salientando a importância da ciência para melhor contribuição de todas as áreas da saúde nesta pandemia. “A qualificação para equipes de assistência faz toda a diferença para estes pacientes”, frisou, concluindo que “o grande legado foi o aprendizado”.

Gilson Dorneles salientou que a Organização Mundial da Saúde

(OMS, 2021) conceituou a “Covid longa como um caso clínico com sintomas persistentes acima de 90 dias” e afirmou “a importância de implementação de estratégias de abordagens não farmacológicas como o exercício físico, evitando, deste modo, que estes sintomas se cronifiquem”.

Ricardo de Pinho, após mediação do debate, enfatizou que “embora a ciência, às vezes negada, criticada e desvalorizada, foi

ela que nunca antes respondeu de forma tão rápida a um fenômeno

como nesta pandemia”. Por isso, pediu respeito, apoio aos cientistas, universidades e a todos os que fazem ciência. Finalizou com a frase de um senador britânico, citada em 1853: “Precisa haver tempo para o exercício físico, porque, caso contrário, mais cedo ou mais tarde haverá de ter tempo para cuidar da doença”.

Na segunda noite aconteceu a palestra com o professor Samuel de Carvalho Dumith, professor adjunto da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e docente dos programas de Pós-Graduação em Saúde Pública e em Ciências da Saúde. Em sua exposição, abordou sobre o Guia de Atividade Física para a população brasileira com ênfase para crianças e jovens, ressaltando a importância da atividade física para essa faixa etária e o papel do professor de Educação Física nessa intervenção. Destacou diversos aspectos relacionados à elaboração do guia e frisou que este público deve fazer atividade física para promover o desenvolvimento humano e o bem estar, suas habilidades de socialização, além de melhorar a saúde do coração e a condição física. Disse, ainda, que o tempo ideal para a prática esportiva é em torno de 60 minutos diários.

Na terceira noite aconteceu a palestra com a professora e treinadora do paradesporto Fernanda Michelsen e dos paratletas José Arthur Guines Furtado e Adenilson Duarte relatando como foram suas trajetórias e como é feita a preparação. Enfatizou aspectos relativos à preparação física e como a pandemia acabou mudando toda essa organização. Também explicou sobre o funcionamento das competições paralímpicas e como acontece a chegada desses atletas no esporte. Segundo ela, “através do esporte você transforma a vida deles, eles abraçam aquilo como a chance da vida de estar incluído na sociedade e de fazer aquilo que outras pessoas fazem e provando que pode ser até melhor”. Apresentou, também, aspectos de como é a classificação das categorias dentro dos jogos paralímpicos, além de informações mais específicas sobre o treinamento de natação. Num segundo momento, os paratletas também relataram suas experiências dentro do esporte.