A Semana Acadêmica de Medicina da URI (SAMURI) promoveu na quinta-feira, 02, contou com o painel “Entre escolhas e transformações: a metamorfose da arte médica”, numa conversa sobre as trajetórias profissionais, as dúvidas ao longo da graduação e o processo de definição da especialidade médica.
Participaram do encontro os médicos Louise Zanardo Sartori, médica generalista formada pela Universidade de Passo Fundo (UPF), integrante da Liga de Dermatologia e do projeto de extensão Amigos da Pele; Pedro Henrique Gomes Bigolin, também egresso da UPF, que fez parte da Liga Acadêmica de Oftalmologia e escolheu a especialidade de Ginecologia e Obstetrícia; a pediatra Gyovana Albertoni; e a oftalmologista Daniele Bica Madalozzo.
A médica oftalmologista Daniele Madalozzo iniciou o painel relatando como a profissão do pai, médico de dedicação integral, inspirou sua escolha. “Ele sempre viveu intensamente a medicina e isso me motivou. Apesar de nunca ter me pressionado, eu sentia que ele ficaria feliz se eu seguisse esse caminho”, contou.
Já a pediatra Gyovana Albertoni relatou que, inicialmente, se interessou por Endocrinologia e Psiquiatria, mas só descobriu sua vocação após trabalhar por um período antes da residência. “Percebi que não precisava decidir tudo na hora. Quando comecei a atender e observar os pacientes, a Pediatria me chamou.”
A médica Louise Zanardo Sartori relatou que ingressou na faculdade sem ter certeza sobre a profissão. “Pensei em fazer Relações Internacionais, mas acabei seguindo o exemplo da minha família, que tem vários médicos. Mesmo não sendo um sonho antigo, aprendi a gostar e amar o que faço.” Compartilhou que, no início, pensava em seguir Cirurgia, mas as experiências práticas a levaram para outro caminho. “Durante o estágio, percebi que não era o que eu imaginava. Mais tarde, me envolvi com a Liga de Dermatologia e o projeto de extensão, e aí sim encontrei identificação.”
Já o médico Pedro Henrique Gomes Bigolin comentou que sua decisão foi influenciada por referências familiares. “Segui os passos do meu pai, que é coordenador de curso, e do meu irmão, que também é médico. Durante a faculdade, tive dúvidas entre Ginecologia e Oftalmologia, mas acabei optando pela Gineco.” Observou que as oportunidades acadêmicas contribuíram muito para sua formação.
A médica Daniele Bica Madalozzo acrescentou que sua escolha pela Oftalmologia foi se consolidando com o tempo. “No início da faculdade, tinha curiosidade por várias áreas, mas me identifiquei com a precisão e a delicadeza da Oftalmologia, além do impacto direto que o tratamento ocular tem na qualidade de vida das pessoas.”
Os palestrantes ressaltaram o valor das experiências práticas e da maturidade ao longo da formação. Os quatro convidados ressaltaram que fazer residência é fundamental para a segurança profissional e inserção no mercado. Entre os principais desafios, os médicos citaram a sobrecarga de plantões e o equilíbrio emocional durante a residência, especialmente no período da pandemia. No encerramento, os participantes refletiram sobre o momento da formatura e a fase de transição entre estudante e médico.