A estudante do 10º semestre do Curso de Medicina da URI, Rafaela Poliana Pagnoncelli, apresentou trabalho de pesquisa no XXIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, realizado entre os dias 3 e 5 de novembro, no Rio de Janeiro. O trabalho foi um dos 108 selecionados entre os 349 enviados ao evento e que vai ser publicado no periódico Brazilian Journal of Oncology.

A pesquisa, que tem como título “EPIDEMIOLOGICAL AND MOLECULAR PROFILE OF NON SMALL CELL LUNG CANCER BASED ON THE EXPRESSION OF VEGF, ALK AND PD-L1 IN PATIENTS FROM A TOWN IN THE OF RIO GRANDE DO SUL, foi um estudo desenvolvido pelo cirurgião oncológico e professor de Medicina da URI Erechim, Fabio Paiz. Contou com a co-autoria do patologista diretor do Grupo Infolaudo e Medicina Diagnóstica, Dr. Clovis Klock.

O trabalho selecionado será publicado no periódico Brazilian Journal of Oncology, volume 18, Suppl. 1 de 2022. Neste estudo, previamente autorizado pelo comitê de ética da URI Erechim, foram analisados casos confirmados de câncer de pulmão não pequenas células, entre os anos de 2017 a abril de 2022, todos provenientes do município de Erechim.

O trabalho identificou as mutações genéticas das expressões PD-L1, ALK e VEGF. A média de idade da população acometida pela doença foi de 69 anos, sendo 61% do sexo masculino e 39% do sexo feminino. O gene VEGF mostrou-se presente em 74,5% dos casos, sendo que em 34,5% dos pacientes ele apresentou mutação. Já o AlK foi identificado em 11,1% dos casos. O biomarcador PD-L1 apresentou expressão de baixo grau em 52,2% e 47,8% de alto grau.

No mundo, o câncer de pulmão configura-se entre os principais em incidência, ocupando a primeira posição entre os homens e a terceira posição entre as mulheres. O total de casos novos estimados para essa doença, em 2018, no mundo, representou 1,37 milhão de casos novos em homens e 725 mil casos novos em mulheres e uma incidência que cresce 2% ao ano. No Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), serão 30.200 novos casos para o triênio 2020-2022, sendo 17.760 em homens e 12.440 em mulheres. Apesar de ser um tipo frequente de tumor e da alta taxa de mortalidade, o câncer de pulmão é uma doença prevenível: 85% dos casos estão associados ao tabaco (INCA, 2019). O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão. Geralmente, os sintomas dessa neoplasia aparecem apenas quando a doença já está avançada, com doença irressecável ou metastática.

Fabio Paiz salienta a importância desta pesquisa regional, pois a identificação das características moleculares e do grau de mutação da neoplasia analisada, auxiliará a comunidade médica na identificação das possibilidades terapêuticas, desde terapias específicas, imunoterapias ou a combinação dessas modalidades, além de potencializar seus benefícios.