Plano de Ensino

Medicina

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Plano de Ensino | URI Câmpus de Erechim

PLANO DE ENSINO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Disciplina: Internato em Pediatria

Código: 40-645

Carga Horária: 495 horas Teórica: 99 Prática: 396

Número de Créditos: 33

 

1 EMENTA

Conhecimentos básicos preventivos e terapêuticos das situações prevalentes na infância objetivando a promoção de crescimento e desenvolvimento adequados da criança. Atendimento básico, preventivo e/ou terapêutico a nível ambulatorial, emergencial, em enfermarias e unidade neonatal (com ênfase no alojamento conjunto).

 

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos Gerais

  • Oportunizar a realização do atendimento pediátrico em caráter resolutivo, tanto a nível ambulatorial como hospitalar.
  • Proporcionar a aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas ao cuidado do recém-nascido, da criança e do adolescente.
  • Capacitar o aluno para abordagem integral do recém-nascido de baixo risco e para a prevenção, reconhecimento e conduta de problemas relacionados ao período perinatal.
  • Promover a educação permanente e o uso de ferramentas tecnológicas que propiciem a fundamentação da prática médica baseada em evidências científicas.

 

2.2 Objetivos Específicos

Espera-se que esta unidade curricular contribua para a aquisição das seguintes competências, habilidades e atitudes:

  • Realizar a entrevista médica e executar com habilidade o exame físico completo do paciente, preparando-o e/ou seus responsáveis, para os procedimentos a serem realizados.
  • Explicar, de modo compreensível e com linguagem acessível ao paciente e/ou seus acompanhantes, os procedimentos a serem executados, demonstrando atenção e respeito.
  • Construir a história clínica com o paciente e/ou seus responsáveis, com base na anamnese completa (contexto clínico, psíquico, social e cultural) e realização de exame físico focado nestes contextos.
  • Identificar os principais problemas de saúde que requerem assistência ambulatorial e/ou hospitalar, formulando hipóteses diagnósticas e propondo condutas.
  • Informar ao paciente e/ou aos seus acompanhantes os principais achados e/ou condutas a serem adotadas, os possíveis riscos, custos e benefícios dos exames solicitados.
  • Indicar de modo racional a solicitação de exames complementares e interpretá-los, de acordo com a faixa etária e a situação clínica.
  • Aplicar os indicadores de sensibilidade, especificidade e valores preditivos na solicitação e interpretação de exames complementares.
  • Elaborar o plano terapêutico baseado no contexto clínico e social do paciente e na efetividade da ação médica.
  • Propor intervenções terapêuticas baseadas em evidências científicas para as doenças mais prevalentes e de potencial mórbido, conforme fase do ciclo da vida.
  • Respeitar a autonomia do paciente e/ou de seus responsáveis, como ser biopsicossocial, considerar seu bem-estar e confidencialidade de suas informações clínicas e/ou cirúrgicas.
  • Elaborar e registrar de forma organizada e efetiva a história, a evolução clínica e o plano terapêutico no prontuário médico, ambulatorial ou hospitalar, preencher registros médicos (formulários de pedidos de exames, encaminhamentos e notificações).
  • Comunicar-se e atuar considerando a diversidade e a singularidade na tomada de decisões compartilhadas.
  • Encorajar o paciente e/ou seus familiares a participar das decisões de modo compartilhado.
  • Utilizar estratégias de aconselhamento e de comunicação de más notícias.
  • Diagnosticar e orientar a prevenção, o rastreamento epidemiológico e o tratamento das infecções sexualmente transmissíveis, orientado pela abordagem sindrômica.
  • Conhecer as afecções mais prevalentes, bem como seus limites clínico-terapêuticos.
  • Acompanhar e participar da atividade assistencial no pré-parto, sob supervisão, para reconhecimento e abordagem dos principais fatores de risco para morbi-mortalidade perinatal.
  • Assegurar a aplicação das boas práticas durante o pré-parto, parto e nascimento.
  • Acompanhar e participar da atividade assistencial quando do nascimento do recém-nascido de baixo risco e auxiliar na realização de procedimentos de reanimação, sob supervisão, se necessário.
  • Prestar assistência ao recém-nascido, a sua mãe e acompanhantes, no alojamento conjunto, em corresponsabilidade com o médico residente e/ou médico assistente e docente.
  • Acompanhar docentes e tutores, em corresposabilização assistencial, na abordagem da amamentação, controle de crescimento de prematuros e orientações à família.
  • Acompanhar docentes e tutores na abordagem dos cuidados básicos ao prematuro e ao recém-nascido de termo doente; medidas de controle de infecção hospitalar; uso adequado das tecnologias perinatais básicas e doenças prevalentes; infecção, hiperbilirrubinemia, doenças respiratórias, problemas metabólicos, nutrição e alimentação do prematuro.
  • Implementar as condutas gerais e especificas para a assistência hospitalar ao recém-nascido no âmbito do alojamento conjunto.
  • Interagir com a equipe interdisciplinar na Unidade Ginecologia, Obstetrícia e Neonatologia.
  • Demonstrar postura crítica, reflexiva e senso de responsabilidade profissional e social, reconhecendo a importância das ações socioeducativas e políticas.
  • Reconhecer as dificuldades enfrentadas pela criança e adolescente doente e sua família.
  • Conhecer a legislação e demonstrar compromisso com as responsabilidades profissionais.
  • Diagnosticar situações que caracterizam abusos e maus tratos e fazer encaminhamentos pertinentes.
  • Aplicar princípios e valores que orientam a relação do médico com pacientes, alunos, colegas e pessoas vulneráveis.
  • Promover e orientar o aleitamento materno, hábitos de higiene e prevenção de acidentes.
  • Avaliar o crescimento e o desenvolvimento da criança e do adolescente e orientar a abordagem em cada faixa etária.
  • Relacionar-se adequadamente com a equipe de trabalho, constituída pelos professores, tutores, colegas, residentes, setores administrativos, alunos e profissionais de outras áreas, bem como com os profissionais da rede de saúde que participem direta ou indiretamente da simulação ou do atendimento ao paciente.
  • Demostrarpostura acadêmica e de liderança nos diversos ambientes de formação (laboratórios de habilidades/simulações, ambulatórios, enfermarias, bloco cirúrgico), adotando as normas de biossegurança, princípios morais, éticos e legais inerentes ao procedimento e ambiente em que se encontra.
  • Socializar, de modo organizado e fundamentado, casos clínicos reais ou simulados, com vistas ao desenvolvimento da argumentação, discussões e análise de opiniões, inclusive de alunos e profissionais de outras áreas.

 

3 PROGRAMA DO INTERNATO EM PEDIATRIA

Os alunos do Internato em Pediatria são divididos em três grupos nas áreas de:

a) Ambulatório

b) Internação (que compreende as áreas de Enfermaria e Emergência) e Neonatologia

c) Especialidades Pediátricas: Intensivismo, Pneumologia, Gastroenterologia e Cirurgia Pediátrica

 

A rotação entre áreas de estágio ocorre a cada 30 dias. No estágio de Especialidades Pediátricas o aluno optará em uma entre as quartro oferecidas.

Obrigatoriedade de reuniões clínico científicas semanais, com discussão de casos clínicos e seminários específicos na temática.

 

Conteúdo do Programa Teórico:

1. Cardiopatias congênitas

2. Febre reumática

3. Endocardite: diagnóstico, tratamento e profilaxia

4. Hipertensão arterial sistêmica na criança

5. Parada cardiorrespiratória e reanimação na criança

6. Infecções sexualmente transmissíveis

7. Reações alérgicas

8. Piodermites

9. Micoses superficiais

10. Dermatozoonoses

11. Farmacodermias

12. Dermatites de fralda

13. Acne vulgar

14. Obesidade

15. Constipação funcional

16. Icterícia neonatal

17. Malformações do trato digestivo

18. Abdome agudo

19. Doença do refluxo gastresofágico

20. Hepatites virais

21. Diarreias e doença inflamatória intestinal

22. Parasitoses intestinais

23. Problemas comuns em pacientes recém-nascidos

24. Prematuridade

25. Atendimento ao RN em sala de parto

26. Problemas respiratórios em RNs

27. Infecções em RNs e sepse neonatal

28. Anemias

29. Transfusões de sangue e componentes

30. Coagulopatias

31. Doenças Infecciosas

32. SIDA

33. Infecções Hospitalares

34. Princípios de Antibioticoterapia

35. Infecções congênitas STORCH

36. Infecções de via aérea superior

37. Síndrome da Mononucleose Infecciosa

38. Infecção urinária

39. Hipertensão arterial secundária

40. Malformações renais e da via urinária

41. Nefropatia do RVU

42. Litíase

43. Insuficiência renal aguda

44. Insuficiência renal crônica

45. Equilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico

46. Proteinúria – Síndrome Nefrótico

47. Hematúria – Síndrome Nefrítico

49. Epilepsia

50. Cefaléia

51. Meningites

52. Asfixia perinatal

53. Retardo do desenvolvimento neuropsicomotor

54. Manejo do paciente imunossuprimido

55. Tratamento da dor

56. Pneumonias agudas e complicações

57. Asma, bronquiolite e sibilância do lactente

58. Doença pulmonar crônica da prematuridade

59. Tuberculose na criança

60. Fibrose cística

61. Artrites infecciosas

62. Lúpus eritematoso sistêmico

63. Artrite reumatoide juvenil

64. Choque séptico e choque hipovolêmico

65. Suporte respiratório e insuficiência respiratória aguda

66. Crescimento e desenvolvimento normal

67. Vacinas e screening neonatal

68. Atendimento humanizado, contextualizado e ético

 

4 METODOLOGIA

Aulas teóricas expositivas dialogadas, com abordagem de temas relevantes em pediatria, com a utilização de mídia digital. Aulas práticas em subgrupos, desenvolvidas no centro de simulações e habilidades da URI, no contexto ambulatorial e hospitalar. As aulas que ocorrem no centro de simulação priorizam o treinamento para desenvolver habilidades na realização dos principais procedimentos no atendimento a criança e adolescente, mediante modelos e simulação de alta fidelidade. O atendimento ambulatorial e hospitalar é realizado pelos alunos internos, sob supervisão do professor/preceptor. Há discussão dos casos atendidos, com proposição de condutas. Estudos de caso, discussões em grupo e seminários são estratégias metodológicas priorizadas nesta unidade curricular.

 

5 AVALIAÇÃO

As avaliações têm caráter formativo, somativo e diagnóstico. A avaliação formativa, decorre da observação diária do desempenho dos alunos nas atividades práticas assistenciais e feedback dos atendimentos clínicos realizados. A avaliação somativa ocorre por meio de avaliações teóricas e/ou práticas, mediante apresentações dos casos clínicos e seminários. A avaliação diagnóstica embasa-se na demonstração da aquisição das competências, habilidades e atitudes inerentes aos objetivos do internato.

 

6 BIBLIOGRAFIA BÁSICA

CAMPOS JÚNIOR, Dioclécio.; BURNS, Dennis Alexandre Rabelo.; LOPEZ, Fábio Ancona. Tratado de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria. 2 vols. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

KLIEGMAN, Robert M.; STANTON, Bonita F.; GEME, Joseph St. SCHOR, Nina. Nelson. Tratado de Pediatria. 2 vols. 19ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

MARCONDES, Eduardo. Pediatria Básica. Tomo I – Pediatria Geral e Neonatal; Tomo II – Pediatria Clínica Geral e Tomo III – Pediatria Especializada.  São Paulo: Sarvier, 2002.

 

7 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

FERNANDES, Tadeu Fernando. Pediatria Ambulatorial da Teoria à Prática. Rio de Janeiro: Atheneu, 2016.

FONSECA LIMA, Eduardo Jorge da; SOUZA, Márcio Fernando Tavares de; BRITO, Rita de Cássia Coelho Moraes de. Pediatria Ambulatorial – IMIP. Rio de Janeiro: MedBook, 2017.

LEÃO, Ennio. Pediatria Ambulatorial. 5ª ed. Belo Horizonte: Coopmed Editora Médica, 2013.

PESSOA, José Hugo de Lins. Puericultura- Conquista da Saúde da Criança e do Adolescente. Rio de Janeiro: Atheneu, 2013.

SUCUPIRA, Ana Cecília Silveira Lins; KOBINGER, Maria Elisabeth Benfatti Arruda; SAITO, Maria Ignez; BOURROUL, Maria Lúcia de Moraes; ZUCCOLOTTO, Sandra Maria Callioli. Pediatria em Consultório. 5ª ed. São Paulo: Sarvier, 2000.