Plano de Ensino

Medicina

Página do Curso

Plano de Ensino | URI Câmpus de Erechim

PLANO DE ENSINO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Disciplina: Internato em Clínica Cirúrgica

Código: 40-647

Carga Horária: 495 horas Teórica: 99 Prática: 396

Número de Créditos: 33

 

1 EMENTA

Exame físico, discussões e definições diagnósticas, indicações terapêuticas e tratamentos, em especial as evoluções dos pacientes submetidos à cirurgia (pré, trans e pós-operatório).

 

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos Gerais

  • Oportunizar a realização da avaliação clínica-cirúrgica em caráter resolutivo, bem como a aplicação dos principais cuidados pré, trans e pós-operatórios.
  • Oportunizar o emprego adequado e criterioso dos exames laboratoriais, de imagem e anatomopatológicos, na abordagem propedêutica de pacientes admitidos para tratamento cirúrgico hospitalar.
  • Proporcionar a aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas ao cuidado clínico-cirúrgico.
  • Promover a educação permanente e o uso de ferramentas tecnológicas que propiciem a fundamentação da prática médica baseada em evidências científicas.

 

2.2 Objetivos Específicos

Espera-se que esta unidade curricular contribua para a aquisição das seguintes competências, habilidades e atitudes:

  • Realizar a entrevista médica e executar com habilidade o exame físico completo do paciente, preparando-o e/ou seus responsáveis, para os procedimentos a serem realizados.
  • Explicar, de modo compreensível e com linguagem acessível ao paciente e/ou seus acompanhantes, os procedimentos a serem executados, demonstrando atenção e respeito.
  • Construir a história clínica com o paciente e/ou seus responsáveis, com base na anamnese completa (contexto clínico, psíquico, social e cultural) e realização de exame físico focado nestes contextos.
  • Identificar os principais problemas de saúde que requerem assistência ambulatorial e/ou hospitalar, formulando hipóteses diagnósticas e propondo condutas cirúrgicas ou não.
  • Informar ao paciente e/ou aos seus acompanhantes os principais achados e/ou condutas a serem adotadas, os possíveis riscos, custos e benefícios dos exames solicitados.
  • Indicar de modo racional a solicitação de exames complementares e correlacionar os achados clínicos-propedêuticos, de acordo com a faixa etária.
  • Discutir a anatomia patológica, a imaginologia e a patologia clínica no contexto do cenário hospitalar de alta complexidade.
  • Aplicar os indicadores de sensibilidade, especificidade e valores preditivos na solicitação e interpretação de exames complementares.
  • Elaborar o plano terapêutico clínico e/ou cirúrgico, baseado no contexto clínico e social do paciente e na efetividade da ação médica.
  • Respeitar a autonomia do paciente e/ou de seus responsáveis, como ser biopsicossocial, considerar seu bem-estar e confidencialidade de suas informações clínicas e/ou cirúrgicas.
  • Realizar procedimentos cirúrgicos supervisionados, preparar o campo cirúrgico, manusear instrumentos cirúrgicos básicos e preparar-se para o ato cirúrgico.
  • Elaborar e registrar de forma organizada e efetiva a história, a evolução clínica e o plano terapêutico no prontuário médico, ambulatorial ou hospitalar, preencher registros médicos (formulários de pedidos de exames, encaminhamentos e notificações), bem como relatórios de alta hospitalar, transferências ou óbito.
  • Comunicar-se e atuar considerando a diversidade e a singularidade na tomada de decisões compartilhadas.
  • Encorajar o paciente e/ou seus familiares a participar das decisões de modo compartilhado.
  • Comunicar aos familiares e pacientes todas as informações, incluindo notícias sobre prognóstico, risco de morte, estado de saúde-doença.
  • Utilizar estratégias de aconselhamento e de comunicação de más notícias.
  • Demonstrar postura crítica, reflexiva e senso de responsabilidade profissional e social, reconhecendo a importância das ações socioeducativas e políticas.
  • Conhecer a legislação e demonstrar compromisso com as responsabilidades profissionais.
  • Diagnosticar situações que caracterizam abusos e maus tratos e fazer encaminhamentos pertinentes.
  • Aplicar princípios e valores que orientam a relação do médico com pacientes, alunos, colegas e pessoas vulneráveis.
  • Relacionar-se adequadamente com a equipe de trabalho, constituída pelos professores, tutores, colegas, residentes, setores administrativos, alunos e profissionais de outras áreas, bem como com os profissionais da rede de saúde que participem direta ou indiretamente da simulação ou do atendimento ao paciente.
  • Demostrarpostura acadêmica e de liderança nos diversos ambientes de formação (laboratórios de habilidades/simulações, ambulatórios, enfermarias, bloco cirúrgico), adotando as normas de biossegurança, princípios morais, éticos e legais inerentes ao procedimento e ambiente em que se encontra.
  • Socializar, de modo organizado e fundamentado, casos clínicos reais ou simulados, com vistas ao desenvolvimento da argumentação, discussões e análise de opiniões, inclusive de alunos e profissionais de outras áreas.

 

3 PROGRAMA DO INTERNATO EM CLÍNICA CIRÚRGICA

Áreas de Sub estágio e duração

a) Cirurgia Geral: 60 dias (dois períodos de 30 dias)

b) Especialidades Cirúrgicas: 30 dias

 

Distribuição dos alunos no Estágio Obrigatório de Cirurgia

Cada aluno realizará três estágios de 30 dias em equipes cirúrgicas. Ao final do Internato em Cirurgia, ele deverá ter estagiado em duas equipes distintas de Cirurgia Geral e em duas equipe de especialidade cirúrgica. A distribuição dos alunos deverá obedecer a tabela com disponibilidade de vagas mensais em cada uma das equipes tanto de cirurgia geral quanto das especialidades.

 

a) Cirurgia Geral: formado pelas equipes 1, 2 devendo o aluno estagiar 30 dias em cada (60 dias). O aluno não deverá permanecer por 60 dias na mesma equipe.

 

b) Especialidades Cirúrgicas:

- Equipes:

Proctologia

Urologia

Plástica

Anestesiologia

Torácica

Neurocirurgia

Ortopedia e Traumatologia

Otorrinolaringologia

 

O aluno deverá optar por duas especialidades cirúrgicas, com duração de 15 dias em cada estágio, não sendo permitida a permanência do aluno por um mês na mesma especialidade.

 

ATIVIDADES CONJUNTAS DOS ESTÁGIOS DE CIRURGIA GERAL E ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS

 

Atividades Teóricas

Farmacologia clínica

Reunião multidisciplinar: discussão de casos

Seminários: temas em cirurgia

Oncologia Cirúrgica

 

Descrição das Atividades

a) Cirurgia Geral

 

Atividades Práticas

1. Ações em ambulatório, Enfermarias

2. Ações no bloco cirúrgico

 

Atividades Teóricas

1. Reunião conjunta dos Serviços de Cirurgia Geral, Patologia, Radiologia e Urgência e Emergência.

2. Seminários sobre temas básicos de Medicina, Cirurgia do Trauma

 

b) Especialidades Cirúrgicas: Anestesiologia, Cirurgia Plástica, Cirurgia Torácica, Neurocirurgia, Ortopedia/Traumatologia, Otorrinolaringologia, Proctologia, Urologia

 

 

Atividades Práticas

1. Ações em ambulatório e Enfermarias.

2. Ações no bloco cirúrgico

 

      Atividades Teóricas

1. Anestesiologia: Avaliação pré-anestésica; drogas utilizadas em pré-medicação; drogas indutoras, relaxantes e analgésicas; monitorização transoperatória; possibilidade de acesso venoso periférico e central; cateterismo arterial e PAM; sondagem nasogástrica; correção de arritmias transoperatórias; reposição transoperatória – autotransfusão; sistemas ventilatórios; agentes inalatórios; ventilação monopulmonar; ressuscitação cardiopulmonar; descurarização; acompanhamento pós-operatório.

 

2. Cirurgia Abdominal: Abdômen agudo I e II; introdução ATLS: atendimento inicial do paciente traumatizado; trauma abdominal; cirurgia no tratamento da úlcera péptica; patologia cirúrgica benigna das vias biliares; princípios de cirurgia pancreática; câncer gastresofagiano: aspectos cirúrgicos; cirurgia dos tumores do pâncreas e periampulares; princípios da cirurgia hepática; cirurgia na hérnia hiatal e no refluxo gastresofagiano; cirurgia ambulatorial; massas cervicais; cirurgia da tireoide e paratireoide; hérnias da parede abdominal e patologia cirúrgica do baço.

 

3. Cirurgia Plástica: Tratamento cirúrgico das deformidades congênitas ou adquiridas de cabeça e pescoço; correção das deformidades congênitas ou adquiridas do tronco e membros; tratamento cirúrgico das neoplasias da superfície corporal.

 

4. Cirurgia Torácica: Avaliação pré-operatória dos pacientes candidatos à cirurgia de ressecção pulmonar; diagnóstico e manejo das patologias cirúrgicas da pleura (pneumotórax espontâneo e traumático, hemotórax traumático, empiema agudo e crônico); estadiamento do paciente portador de carcinoma brônquico (avaliação clínica pré-operatória, sistema TNM, estágios); avaliação do paciente no pós-operatório imediato (manejo da dor, dos drenos torácicos, controle radiológico diário, ventilação assistida); noções dos métodos de imagem para avaliação das patologias do tórax; cirurgia torácica vídeo-assistida – indicações.

 

5. Neurocirurgia: Epilepsias, hemorragia cerebral, hidrocefalia, hérnia de disco, exames neurorradiológicos, tumores cerebrais.

 

6. Ortopedia/Traumatologia: Infecções osteoarticulares; deformidades congênitas e do desenvolvimento; tumores ósseos; artroses; osteoporose; fraturas em geral; fratura e luxação da cintura escapular. Fraturas do úmero; fratura e luxação do cotovelo; fraturas dos ossos do antebraço; fratura e luxação do punho e carpo; fraturas dos metacarpeanos e dedos; fratura e luxação da cintura pélvica; fratura do colo do fêmur e transtrocanteriana; fratura da diáfise do fêmur. Fratura supracondiliana do fêmur; fratura dos ossos da perna; fratura e luxação do tornozelo; fraturas expostas.

 

7. Otorrinolaringologia: Anamnese dos pacientes do ambulatório; exame otorrinolaringológico; acompanhamento de cirurgias; participação em trabalhos do serviço; round de otologia, de rinologia, de laringologia e round de cirurgia de cabeça e pescoço.

 

8. Proctologia: Anatomia e fisiologia do intestino grosso; semiologia; doença hemorroidária; Infecções anais; fissura anal; cisto pilonidal; doença diverticular; doenças inflamatórias do intestino grosso; neoplasias; constipação.

 

9. Urologia: Litíase renal: conduta diagnóstica e terapêutica; hiperplasia de próstata: investigação e opções de tratamento clínico e cirúrgico; neoplasias malignas da próstata; massas renais: avaliação e tratamento; derivações urinárias; trauma urológico.

 

10. Atendimento humanizado, contextualizado e ético

 

Estágio Eletivo em Clínica Cirúrgica

Duração: dois meses na área de Cirurgia, podendo fazer opções em duas ou mais especialidades na área conforme o número de vagas nos diversos Serviços/Disciplinas.

 

Atividades Práticas

a) Ações em Ambulatório e Enfermarias

b) Ações no Bloco Cirúrgico

 

Atividades Teóricas

Específicas: desenvolvidas, orientadas e avaliadas pela Equipe do Serviço/Disciplina da área de Estágio Eletivo.

 

4 METODOLOGIA

Aulas teóricas expositivas dialogadas, com abordagem de temas relevantes à área clínico-cirúrgica, com a utilização de mídia digital. Aulas práticas em subgrupos, desenvolvidas no centro de simulações e habilidades da URI, no contexto ambulatorial e hospitalar. As aulas que ocorrem no centro de simulação priorizam o treinamento para desenvolver habilidades na realização dos principais procedimentos cirúrgicos, mediante modelos e simulação de alta fidelidade. O atendimento ambulatorial e hospitalar é realizado pelos alunos internos, sob supervisão do professor/preceptor. Há discussão dos casos atendidos, com proposição de condutas. Estudos de caso, discussões em grupo e seminários são estratégias metodológicas priorizadas nesta unidade curricular.

 

5 AVALIAÇÃO

As avaliações têm caráter formativo, somativo e diagnóstico. A avaliação formativa, decorre da observação diária do desempenho dos alunos nas atividades práticas assistenciais e feedback dos atendimentos clínico-cirúrgicos realizados. A avaliação somativa ocorre por meio de avaliações teóricas e/ou práticas, mediante apresentações dos casos clínico-cirúrgicos e seminários. A avaliação diagnóstica embasa-se na demonstração da aquisição das competências, habilidades e atitudes inerentes aos objetivos do internato.

 

6 BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BEAUCHAMP, Daniel R.; TOWNSEND, Courtney M.; EVERS, Mark. Sabiston - Tratado de cirurgia. 18ª ed. São Paulo: Elsevier, 2009.

MORAES, Irany N. Tratado de Clínica Cirúrgica. São Paulo: Roca, 2010.

RASSLAN, Samir; GAMA-RODRIGUES, Joaquim José.; MACHADO, Marcelo Cerqueira Cesar. Clínica Cirúrgica. 2 vols. São Paulo: Manole, 2008.

 

7 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

CARVALHO, Walter Roriz de.; JUNIOR, Robert Saad.; MAIA, Accyoli Moreira.; SALLES, Ronaldo Antônio Reis Vianna. Tratado de Cirurgia do CBC. Rio de Janeiro: Atheneu, 2009.

CORRADI, Matheus Bartolomei de Siqueira; STANICHI, Guilherme Picerni. Manual de Clínica Cirúrgica. Tatuapé – São Paulo: Martinari, 2015.

FILHO, Euclides Dias Martins. Clínica Cirúrgica. Rio de Janeiro: Medbook, 2011.

GAMA, Joaquim José.; MARTINEZ, Júlio Cesar. Tratado de Clínica Cirúrgica do Sistema Digestório. Rio de Janeiro: Atheneu, 2004.

TOWNSEND, Courtney M.; EVERS, B. Mark. Atlas de Técnicas Cirúrgicas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.